Ponente
Descripción
Neste artigo tencionamos contribuir com as discussões sobre as transformações nas relações sociais de trabalho e de gênero no campesinato amazônico, enfocando na Comunidade Quilombola de Médio Itacuruçá, Pará, Brasil. Destacamos a transição do trabalho nas olarias, para o trabalho no extrativismo nos açaizais. Em ambas as atividades, as relações de trabalho são mediadas pela unidade familiar. Nas olarias, o comando cabe apenas a homens e na execução há pouca participação feminina. Por outro lado, nos açaizais, as mulheres têm maior participação e controle sobre as atividades, inclusive gerenciando o trabalho e os recursos financeiros. Essas mudanças podem abrir novos caminhos no que diz respeito ao acesso à terra e até mesmo na definição da territorialidade, assim como nas relações de poder e na quebra de hierarquias dentro de casa, levando, também, a um maior equilíbrio de gênero.